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sexta-feira, fevereiro 13

Moldes e Desenhos inspirados no Poema Águas

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Esses foram um dos croquis que fiz para uma coleção de moda praia que desenvolvi para o verão. Para a criação me inspirei no poema "Águas" do poeta Manoel de Barros e fiz uma arte manual com pinturas de canetinha, cola colorida e colagens para extrair elementos que me ajudassem no processo criativo.  

No primeiro croqui desenhei um biquíni preto com fivelas e uma calça (com ou sem faixa na cintura) para saída de banho, que também pode ser usada em outras ocasiões mais resort, com sugestão de tecido seda ponge ou malha liganete. Depois dos croquis, fiz os desenhos técnicos planificados e também as modelagens de frente e costas no biquíni e calça em tamanhos P e M, no caso do biquíni eu já deixei as margens de costura para colocar as alças. Já no segundo croqui desenhei um biquíni do modelo cortininha e de lacinho, com estampa duo color (de cores análogas em tons de azul), onde o sutiã e a tanga pode ter esse efeito de duas cores através de uma estampa ou de recortes, com sugestão para lucra.

Meus Desenhos e Moldes:

Look da Família: À BEIRA DO RIO - Coleção: ÁGUAS
  
Look da Família: ÁGUA AZUIS - Coleção: ÁGUAS




Meu quadro de arte inspirado no poema ÁGUAS:

Fiz esse trabalho de arte para estimular minha criatividade no desenvolvimento da coleção ÁGUAS com inspiração no poema de Manoel de Barros, para fazê-lo utilizei os seguintes materiais: Canetinhas e cola colorida para pintar a mulher, as águas, a fauna e a flora. E mais: algodão, maquiagem e esmaltes vencidos para fazer as rochas, pedras, areia e céu. 
E esse foi o resultado abaixo:


Poema: Águas
(Manoel de Barros)


“Desde o começo dos tempos águas e chão se amam.
Eles se entram amorosamente
E se fecundam.
Nascem formas rudimentares de seres e de plantas
Filhos dessa fecundação.
Nascem peixes para habitar os rios
E nascem pássaros para habitar as árvores.
Águas ainda ajudam na formação das conchas e dos
caranguejos.
As águas são a epifania da Natureza.
Agora penso nas águas do Pantanal
Nos nossos rios infantis
Que ainda procuram declives para correr.
Porque as águas deste lugar ainda são espraiadas
para o alvoroço dos pássaros.
Prezo os espraiados destas águas com as suas
beijadas garças.
Nossos rios precisam de idade ainda para formar
os seus barrancos
Para pousar em seus leitos.
Penso com humildade que fui convidado para o
banquete destas águas.
Porque sou de bugre.
Porque sou de brejo.
Acho que as águas iniciam os pássaros
Acho que as águas iniciam as árvores e os peixes
E acho que as águas iniciam os homens.
Nos iniciam.
E nos alimentam e nos dessedentam.
Louvo esta fonte de todos os seres, de todas as
plantas, de todas as pedras.
Louvo as natências do homem do Pantanal.
Todos somos devedores destas águas.
Somos todos começos de brejos e de rãs.
E a fala dos nossos vaqueiros carrega murmúrios
destas águas.
Parece que a fala de nossos vaqueiros tem consoantes
líquidas
E carrega de umidez as suas palavras.
Penso que os homens deste lugar
são a continuação destas águas.”


Adorei fazer este trabalho!
Tatiana Nunes

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