Um Designer é um profissional que
desenha e elabora projetos de produtos/serviços criativos, ergonômicos e
funcionais aliados à estética com técnicas específicas de Design no foco
Projetista, seja de gráfico ou de produto. Porém, não é novidade que os termos
"Design" ou Designer" andam sofrendo banalizações
sendo utilizados em profissões que não apresentam vínculo algum com a função de
um Designer, sendo aplicados a outras feituras ou áreas artísticas,
artesanais ou estéticas que não fazem parte do Design. Isso tem causado confusão
na hora de diferenciar os profissionais, entre: Designers, Autodidatas, Artesãos, Artistas, Pintores, Paisagistas e profissionais da
área de Beleza (Sobrancelha, unha etc), ou seja, misturam tudo e jogam dentro
da área do Design, provavelmente isso vem ocorrendo porque
essa palavrinha doce é considerada contemporânea e pode tornar um trabalho mais
valorizado no mercado competitivo, devido a isso
a população não consegue mais distinguir ou mesmo compreender o que de fato se
define como "Design" atualmente.
A globalização e a tecnologia com a inovação de maquinários, softwares e as diversas formas de impressão modernizaram muitas profissões de outras áreas diferentes que acabaram migrando "popularmente" para o termo Design, como no caso dos "Designers de sobrancelha", que mesmo utilizando equipamentos e técnicas modernas atuam exclusivamente na área de Beleza ou Estética, portanto, poderiam ser denominados Esteticistas de Sobrancelha e não Designers. Isso deve ocorrer porque "Design" em Português significa "Desenho" e associaram isso ao contorno das sobrancelhas, mas na verdade Design trata-se de "Desenhos Projetuais" gráficos ou de produtos: Layouts, mobílias, vestuário, acessórios, embalagens, transportes, outros objetos utilitários etc. Que devem ser projetados por Designers que possuem conhecimento de técnicas para evitar danos à sociedade e contribuir para uma melhor qualidade de vida, pois segundo as teorias e práticas que um estudante aprende numa Graduação em Design é que devem exercer sua profissão aplicando metodologias projetistas para evitar prejuízos econômicos às empresas ou catastróficos aos usuários, principalmente com relação a segurança, a sustentabilidade e a saúde, pois os Designers projetam pensando na economia, ergonomia, funcionalidade, usabilidade, saúde física, mental e psicológica, especialmente nos casos de público inclusivo portador de alguma deficiência, ou seja, é um trabalho de grande responsabilidade social. Acontece que muitos profissionais que apenas "se intitulam Designers" sem ter formação não aprenderam nenhuma dessas metodologias acadêmicas para se destacar como tal, podendo causar riscos a população em geral e ainda prejudicar a classe dos profissionais formados nas áreas de Design que possuem esse conhecimento.
O Projeto de Lei de Regulamentação que protege a profissão e os trabalhos dos Designers na Lei dos Direitos Autorais (Lei 9.610/1998), considera como Designers os graduados em: Comunicação Visual, Desenho Industrial, Programação Visual, Projeto de Produto, Design Gráfico, Design de Moda, Design Industrial e Design de Produto. O Design de Interiores que também já está com seu PL em andamento. Esses cursos são geralmente em Bacharelado ou Tecnólogo (não é o Técnico que muitos confundem porque o termo é semelhante), e também inclui os profissionais que tivessem no mínimo três anos de experiência na área de Design até a data do Projeto. Esse PL que foi totalmente aprovado com unanimidade de votos pelo Congresso, CCJ e Senado, não foi aprovado pela Presidente Dilma Rousseff que segundo a nota a “Constituição, em seu art. 5o, inciso XIII, assegura o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, cabendo a imposição de restrições apenas quando houver a possibilidade de ocorrer dano à sociedade.” Porém, foi exatamente esse ponto importante que não foi bem avaliado por ela, pois o objetivo desse PL é que o título de "Designer" seja utilizado somente pelos formados na área de Design para regulamentar os seus direitos autorais e em prol da responsabilidade social que os graduados nessa área proporcionam com seus Projetos. Contudo, a luta desse PL possivelmente continuará em processo porque o Designer tem esse DIREITO e DEVER como qualquer profissional de Nível Superior.
Alguns profissionais Autodidatas alegam usar o termo Designer porque
já possuem o talento e a formação não
faria diferença, pois já sabem mexer em tudo que é tecnologia, sites e programas,
mas hoje em dia muitos sabem e ser Designer não se resume só nisso, por
isso que são Autodidatas e não Designers. Ora mais, se fosse assim muitas professoras de
antigamente que não tinham formação somente a experiência de ensinar por suas
leituras, não teriam depois cursado Pedagogia para poder continuar exercendo
suas profissões já que isso tornou-se obrigatório! Outro exemplo são os
Estilistas antigos da alta costura numa época que ainda não existia faculdades
de Moda e que atualmente o mercado já exige essa formação. Nos tempos antigos
não existia formação para muitas profissões, mas depois as faculdades foram
surgindo e os tempos mudaram com a modernidade e a situação do país, entretanto
parece que estão retrocedendo nessa geração
devido a essa mentalidade e indisposição de alguns
para o conhecimento, com exceção da tecnologia é claro!
Eu sempre gostei de desenhar croquis e criar
roupas para fazer nas costureiras, todavia, uma vez ouvi de uma delas que eu
era criativa e desenhava muito bem só me faltava a técnica, achei o máximo essa crítica construtiva
e fui cursar Design de Moda para unir meu talento à técnica, hoje sou uma Designer/Estilista
e humildemente reconheço que precisava
aprender com meus mestres muita coisa que eu ainda não sabia e precisava
dessa formação para exercer a profissão dos meus sonhos, mas admito fui
uma batalhadora e me dediquei bastante aos
estudos porque estudar Moda não é fácil
como parece, muitos desistem porque não aguentam a sobrecarga. E com relação a qualificação dos profissionais entre
"bons ou ruins" isso quem define são os próprios Designers com
suas práticas no mercado após a formatura como ocorre em todas as profissões, afinal,
o talento pode ser natural ou adquirido, mas a técnica é apenas adquirida com
estudo e treino, porque nos dias de hoje para realizar um sonho o "conto
de fadas" pode depender de muitos fatores
além de só talento: Estudo, conhecimento, qualificação, experiência, oportunidade, pistolão, capital, trabalho, sorte, fé
etc.
Mas esse é o nosso Brasil, lugar onde o estudo
está cada vez menos incentivado e dando exemplo para as futuras gerações de que
não é mais preciso estudar se já tiver o dom, diferente
do meu tempo de criança que estimulavam o estudo para aprimorar uma vocação.
Isso é lamentável e preocupante com relação ao futuro do nosso país, porque já está
difícil pra quem tem graduação e outras especializações, imagine pra quem não tem
ou só quer título?! Por isso, quem for formado em Designer continue
se aperfeiçoando com relação a qualificação porque isso é destaque no campo
profissional e os sacrifícios nunca são em vão. Porque o tal do Diploma pode
não garantir nada, mas trás conhecimento e atualmente faz o diferencial junto
com experiências acadêmicas e profissionais
na hora de avaliar Currículos e Portfólios. Só espero que os futuros Designers
estudem para não fazer parte do grupo dos "intitulados" e que possam
um dia exercer essa carreira maravilhosa com: Talento, estudo, conhecimento,
prática e responsabilidade social, como deve
ser!
ALGUMAS CARREIRAS DA ÁREA DO DESIGN:
Design Gráfico, refere à área de conhecimento e prática profissional
específicas relativas ao ordenamento estético formal de elementos textuais e
não textuais que compõem peças gráficas destinadas à reprodução com objetivo
expressamente comunicacional. É uma forma de se comunicar visualmente um
conceito, uma ideia, através de técnicas formais. Web Design é uma
extensão da prática do design gráfico, onde o foco do projeto é a criação de
web sites. O web design tende à multidisciplinaridade, uma vez que a construção
de páginas web requer subsídios de diversas áreas técnicas, além do design
propriamente dito.
Design de Produto,
também chamado projeto de produto ou design industrial, trabalha com a criação
e produção de objetos e produtos tridimensionais essencialmente com o projeto e
produção de bens de consumo ligados à vida cotidiana: eletrodomésticos,
automóveis e outros tipos de veículos, etc) assim com a produção de bens de
capital, como máquinas, motores e peças em geral. O Design de embalagens é uma vertente do
Design de produto e do Design gráfico, o designer de produto é responsável pela
forma da própria embalagem, considerando problemas de ergonomia e estética
tridimensional, enquanto o designer gráfico trata do rótulo da embalagem, onde
o produto é apresentado graficamente.
Design de Moda é o profissional responsável pela criação de produtos de moda para
diversos públicos e segmentos de mercado, desenha e projeta coleções de
vestuário e acessórios a partir de uma inspiração com metodologia projetual,
prevendo a evolução da moda nos gostos dos consumidores. O Estilismo e Moda aos poucos foi sendo substituído
por Design de Moda na formação acadêmica desta área, passando a incluir na
grade curricular os conceitos de Design e Estilismo (juntos), portanto,
considera-se Designer de Moda, Fashion Designer ou Estilista a
mesma profissão no atual sistema de Moda.
Design
de Interiores, é uma técnica cenográfica e visual para a
composição e decoração de ambientes internos (cômodos de casas, escritórios,
palácios etc). Consiste na arte de planejar e organizar espaços, escolhendo
e/ou combinando os diversos elementos de um ambiente, estabelecendo relações
estéticas e funcionais, harmoniza um determinado espaço para conciliar
conforto, praticidade e beleza.
Tatiana Nunes
Fontes de Pesquisa:
Sobre PL do Designer: Link, Link e no Link
Áreas de Designers no Wikipédia e sobre Designers de Moda aqui no Blog nesse Link
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